31 de jul. de 2009

SEM ALTRUÍSMO

"Os pais têm de entender que não são eles que têm o direito de ter um filho, é a criança que tem o direito de ter pais, uma família", Michelina Della Porta, da Associação Amigos das Crianças, na revista Época da semana passada. A reportagem 'O lado B da adoção' relata casos de famílias que devolveram crianças, assim, como se fossem uma coisa. Cansei, não tenho tempo, pega o menino aí de volta. Triste, de revoltar. Conheço muitos pais biológicos que têm vontade de pegar a criança, colocar numa mala e mandar de volta pra maternidade. Mas não fazem isso, porque é uma "aquisição" sem volta e sem manual de instrução. Os adotantes que levam criança para casa e depois de alguns anos a devolvem à instituição estavam à procura de um produto dentro dos seus critérios. Como a coitada não foi fabricada por uma máquina, é abandonada de novo. Até a próxima família, ou não. Então, se for para adotar crianças "por bondade", é melhor abrir um orfanato. Porque adoção não é altruísmo. Criança precisa de amor e não de caridade, para os pais ficarem bonitos na coluna social.

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