13 de mar. de 2012

CASARÃO DA DISCÓRDIA

Peguei a carroça andando e não sei o que começou a confusão. Recebi emeio, junto com milhares de outras pessoas, solicitando apoio ao professor Marco Teixeira, que está recolhendo documentos, recortes, fotografias, para provar junto ao MPF a "relevância" do Casarão dos muitos nomes, que não é tombado como bem histórico pelo IPHAN. O prédio, existente em Santo Antônio, hoje no interior do canteiro de obras da UHE Santo Antônio, tem uma história conturbada.
Consta que foi construído na primeira tentativa de implantação da EFMM, em 1878. Depois que os americanos da P&T Collins abandonaram a obra, o imóvel foi ocupado pela empresa boliviana Hermanos Suarez, que comercializavam pélas de borracha.
Há um hiato e não se sabe o que aconteceu até a década de 1950, quando o escritor Manuel Rodrigues Ferreira ("A Ferrovia do Diabo") encontrou o casarão sendo usado como botequim, no que restava da Vila de Santo Antônio. No Banzeiros, a opinião de um arqueólogo do Museu Emílio Goeldi, Fernando Marque, aqui.
Outro pulo no tempo. Agora estamos em 1977. O empresário José Ribeiro, que possuía uma fazenda nas proximidades, adquiriu as ruínas do casarão. Segundo fui informado, só havia de pé a parede frontal, que foi escorada, para não desabar também. A partir das características desta parede sobrevivente, o restante do prédio foi redesenhado e o cômodos internos  acompanharam as divisões marcadas nos alicerces.As portas e janelas seguiram o modelo, mas outras peças foram repostas ao gosto do proprietário, como a grade de ferro que existe nos fundo do prédio. Telhas e outros materiais foram importados da Europa (Não souberam precisar de que país).
Em 1986, quando cheguei a Porto Velho, o Casarão era usado como sede do Iate Clube de Porto Velho. Perdi contato com o assunto e só voltei a ouvir falar dele quando começou o "famoso" Festival Casarão. Em 2008, pouco antes do início das obras da usina, estive no local com o Léo Ladeia e Chico Lemos. Fomos pedir licença para gravar no local. Foi aí que descobri que os atuais proprietário do imóvel são os empresários donos da empresa Socibra.
Atualmente a Superintendência do Patrimônio da União em Rondônia está solicitando à Advocacia Geral da União a reintegração de posse, pois, no entendimento do SPU, o Casarão está construído na faixa de 150 metros às margens da extinta ferrovia Madeira-Mamoré, que são patrimônio do país. (Foto JCarlos)

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